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Mudanças na forma de se trabalhar e consumir, iniciadas antes mesmo da pandemia, abriram novas brechas para fraudes e invasões, cujas consequências já vão surgindo

O quadro atípico trazido ao mundo corporativo pela pandemia nem era suspeitado, quando boa parte das empresas já se preparava, mesmo sem saber, às duras provas que logo teriam pela frente para manter a salvo tesouros escondidos por trás de seus incontáveis terabytes.

Autor: Wagner FonsecaFonte: O Autor

Mudanças na forma de se trabalhar e consumir, iniciadas antes mesmo da pandemia, abriram novas brechas para fraudes e invasões, cujas consequências já vão surgindo

O quadro atípico trazido ao mundo corporativo pela pandemia nem era suspeitado, quando boa parte das empresas já se preparava, mesmo sem saber, às duras provas que logo teriam pela frente para manter a salvo tesouros escondidos por trás de seus incontáveis terabytes.

Foi assim que servidores próprios, antes usados quase como arquivos semimortos, objetos de esporádicas consultas, dariam lugar ao uso das nuvens, ao mesmo tempo em que as informações nelas armazenadas se tornariam, pouco a pouco, peças fundamentais a cada ato dos gestores e suas equipes.

Mas com a chegada do novo coronavírus ao cotidiano de todos, escritórios e comércio se esvaziaram, e quem – felizmente – não foi parar no hospital, se viu forçado a mudar radicalmente seus hábitos relacionados a trabalho e consumo.

Milhares de domicílios se transformaram, da noite para o dia, em "filiais" de um sem-número de comércios, indústrias, escolas, com todos fazendo de tudo pelo computador, do supermercado à compra de alimentos, roupas e toda sorte de bens duráveis.

Se faltavam pessoas nas ruas para serem assaltadas – uma triste e frequente realidade em nosso cenário urbano -, muitas seriam as novas presas dos bandidos, agora na pele de quem acabou transformando até mesmo aquele velho PC doméstico, somado aos smartphones da família, em suas principais interfaces com o mundo exterior.

Ao invés dos costumeiros congestionamentos, sobretudo nos horários de rush, o trânsito engarrafado dia e noite passou a ser de downloads, arquivos indo e vindo, encapsulando desde informações estratégicas das companhias até números de documentos, não menos sigilosos, pertences a cada consumidor.

Situação semelhante se instalaria mundo afora, em meio a um clima generalizado de luto e medo, à medida que números assustadores reportavam os estragos causados pela pandemia que, infelizmente, ainda parece longe do fim.

No Brasil, um ingrediente extra acabaria ressaltando mais ainda o caráter urgente do zelo redobrado na forma de se processar e manter a salvo tanta massa crítica preciosa: a ainda relativamente nova Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

As exigências por ela impostas trouxeram às organizações o considerável agravante representado por multas vultosas em nada amenizadas se a causa de um vazamento for ação de meros hackers ou saqueadores buscando desde senhas a segredos industriais.

Como se vê, 2022 vai começando repleto de lições de casa para todos no campo da cibersegurança, mesmo que agora o isolamento social tenha se afrouxado.

Porém, já foi deixado pelos usuários da farta tecnologia, hoje à disposição de todos, um rastro imenso que os cibercriminosos, com certeza, permanecerão seguindo por muito tempo, como já permite supor o número impressionante de clonagens de cartões de crédito, por exemplo.

Imaginem, então, todo o resto...

Por Wagner Fonseca - Agência Reperkut

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