As taxas dos contratos de juros futuros encerraram a sessão da segunda-feira em ligeira alta, reagindo aos indicadores econômicos que apontaram um desempenho mais positivo da atividade econômica.
O mais importante deles foi o Índice de Atividade do Banco Central, o IBC-Br, uma espécie de prévia do desempenho do PIB, que mostrou uma desaceleração mais branda do que o esperado no primeiro mês de 2012.
O indicador recuou 0,13% em janeiro na comparação com o mês anterior, na série dessazonalizada. O mercado esperava, em média, uma queda próxima a 0,50%, mas havia instituições trabalhando com um recuo ainda mais forte, de 1,2%.
Quando se olha para a média móvel trimestral, cálculo comparável ao PIB, houve alta de 1,1% no trimestre encerrado em janeiro de 2011 em relação ao trimestre imediatamente anterior. A média móvel trimestral tinha apresentado alta de 0,21% na divulgação anterior para o quarto trimestre de 2011.
Indicadores da Europa também contribuíram para o ajuste.
O índice de confiança dos empresários na Alemanha, medido pelo Instituto Ifo, subiu para 109,8 pontos em março. Esse foi o quinto aumento mensal consecutivo e o resultado superou a projeção, que era de 109,5. O dado de fevereiro, por sua vez, foi revisado de 109,6 para 109,7.
Esse indicador ajuda a reverter o clima pessimista que havia invadido os mercados na semana passada, quando indicadores industriais mostraram fraqueza da economia da Europa.
A movimentação nas taxas futuras continua concentrada nos vencimentos de prazo mais dilatado.
Conforme explicou um tesoureiro, como o BC "travou" a ponta curta dos juros ao indicar Selic próxima das mínimas históricas, quem quer correr risco ou buscar assimetrias tem de alongar as apostas nos juros futuros.
A questão é que quanto mais longo o vencimento, mais caras ficam as apostas. Com isso, os limites para perdas e ganhos (os chamados "stops") são mais estreitos, algo que contribui para um aumento na volatilidade.
Agora em março, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2014, por exemplo, fez mínima a 9,22%, dias depois subiu a 9,74% e, agora, volta a rondar a linha de 9,60%.
Ainda de acordo com o tesoureiro, todas as atenções estão voltadas ao Relatório de Inflação que será divulgado na quinta-feira. "O documento pode ser um divisor de águas no mercado, por isso vou ficar sem posição até ler esse relatório", disse.
No mercado de câmbio, o dia foi de queda no preço do dólar em âmbito global, mas por aqui a história foi outra.
Depois de uma breve tentativa de baixa e mínima a R$ 1,806, o dólar comercial terminou o dia com alta de 0,33%, a R$ 1,816.
O BC não apareceu no mercado à vista, mas após o encerramento dos negócios anunciou que fará hoje um leilão de "swap" cambial reverso, operação que equivale à compra de dólares no mercado futuro.
Pelos vencimentos ofertados, a autoridade monetária quer rolar os swaps já ofertados que vencem no dia 2 de abril.
Serão ofertados até 41,2 mil contratos, o que equivale à US$ 2,06 bilhões, em dois vencimentos diferentes, 1º de junho e 2 de julho.