Tudo começa com uma visão. Quando se tem aquela ideia de um produto ou serviço, uma das primeiras coisas a se fazer é validá-la. Isso pode ser realizado de duas maneiras: colhendo opiniões de outras pessoas que, preferencialmente, tenham perfil diferente; ou gerando rapidamente versões pequenas e simplificadas do produto para que outros experimentem e ofereçam feedback.
O problema é que as pessoas têm receio de compartilhar suas ideias, o que pode atrapalhar o sucesso de uma startup. Isso acontece por diversos motivos. Um deles é o medo de ser copiado. Esse receio não deveria existir, pois, diferentemente do que muitos acreditam, a ideia não é o fator mais importante para uma startup ser bem-sucedida, mas sim a sua execução e o prazer que ela possibilita aos clientes. O Google e o Facebook, por exemplo, não nasceram de ideias inovadoras, mas conseguiram executar melhor a proposta e oferecer uma experiência melhor aos usuários.
O medo das críticas e o pensamento de que uma ideia ainda não está pronta é outro problema. O fato é que ela nunca está, e o futuro empreendedor sempre achará que falta algo, entrando em um efeito chamado de "analysis paralysis". A verdade é que a maior parte dos produtos que deram certo na internet hoje proporciona retorno financeiro com um modelo de negócio completamente diferente do que havia sido pensado inicialmente. Foi o que aconteceu com o Instagram, que inicialmente era um programa complicado chamado de Burbn, e depois foi adaptado para o aplicativo de sucesso conhecido hoje.
Como na formação de uma banda de rock, para colocar de pé uma startup é preciso buscar profissionais que complementem uma ideia. Uma possível formação para a "banda" seria pelo menos um programador, um designer e um profissional de marketing.
Uma startup, portanto, envolve experimentação. Para ter sucesso, é preciso quebrar barreiras e deixar de lado conceitos como plano de negócios e a maioria das técnicas normalmente ensinadas em livros de empreendedorismo e em MBAs.
Alexandre Magno é sócio-fundador da Adaptworks, líder no mercado brasileiro de capacitação e implementação corporativa de métodos ágeis. Ele é reconhecido como o primeiro Certified Scrum Trainer do Brasil, sendo o profissional que mais formou Certified ScrumMasters e Certified Scrum Product Owners em língua portuguesa. Cerca de 3.000 alunos já passaram por seus treinamentos no Brasil e em outros países.