Tem gente que defende o fim do plano de negócios, justificando que, em especial as empresas ligadas a tecnologia e startups, perdem tempo e podem ser ultrapassadas rapidamente. É inegável, no entanto, a importância do plano para quem abre um negócio mais “tradicional”. O documento ajuda a mapear oportunidades, conhecer o mercado e até prever a parte financeira.
É mais um norte para auxiliar os empreendedores em meio a tantas incertezas na hora de abrir uma pequena empresa. “Um plano de negócios é essencial para conhecer o mercado, principalmente quando você não tem a menor ideia de qual é o mercado”, opina Aloisio Bueno Buoro, professor de estratégia e empreendedorismo do Insper.
O plano de negócios ajuda a parar para pensar no negócio. Em meio ao entusiasmo característico dos novos empreendedores, os especialistas avaliam que é importante se dedicar a entender qual o negócio que está sendo construído. “A primeira coisa importante é ele vislumbrar a oportunidade de um negócio, empreender não por necessidade, porque está sem emprego, mas por ver uma possibilidade de sucesso em um negócio”, afirma José Eduardo Amato Balian, professor do curso de Administração da ESPM.
Veja a seguir o que os professores consideram essencial na hora de fazer um plano de negócios.
1. Mercado
Ter informações sobre o mercado em que a empresa vai atuar é extremamente importante. Além disso, conhecer a área a fundo faz toda a diferença. “É muito difícil elaborar um plano sem ter conhecimento nenhum do negócio ou do setor que quer empreender”, diz Balian. Por isso, elabore um estudo mercadológico e tente responder qual é a vantagem que sua ideia terá no mercado. “Estude a oportunidade que vai ter para satisfazer os clientes e descubra uma vantagem competitiva, o porquê as pessoas vão comprar de você”, conclui.
Avalie ainda quem são os consumidores, qual o nível de maturidade do mercado e como as coisas funcionam. Neste ponto, avalie até mesmo a legislação pertinente da área para conseguir oferecer as melhores soluções aos consumidores.
2. Finanças
Outra informação essencial é a parte financeira. É preciso colocar na ponta do lápis os dados mais importantes para que a empresa funcione, como capital de giro. “A gestão do caixa é fundamental, principalmente no começo. A maioria dos empresários faz um plano de negócios com uma gestão de fluxo de caixa muito elementar, muito simples”, avalia Buoro.
O estudo financeiro da futura empresa deve levar em conta o volume de investimento inicial, a taxa de rentabilidade, o ponto de equilíbrio e a necessidade de capital de giro.
3. Operações
Com um estudo detalhado de mercado e de finanças em mãos, é hora avaliar o fluxo de operações. “Veja como vão funcionar a empresa e os processos, e como vai ser a produção ou prestação de serviço. A partir daí, suas chances de sucesso aumentam”, diz Balian.
O professor do Insper complementa que conhecer o mercado é importante para saber como são as operações em outras empresas. “Veja como você realiza esse negócio, como funcionam compra e pagamento tanto para clientes e quanto para fornecedores. Você precisa entender tempos e movimentos no mercado”, explica Buoro.