O dólar fechou em leve queda ante o real nesta segunda-feira (22), com investidores evitando fazer grandes operações diante de uma agenda fraca de indicadores e do receio de atuação do Banco Central.
A constante vigilância do BC limitou o recuo da divisa estrangeira e reduziu o volume de negócios do mercado.
A expectativa é de que o dólar continue mostrando variações modestas, com o mercado aguardando a possível rolagem dos 59.800 contratos de swap cambial reverso, no valor US$ 2,990 bilhões, que vencem em 1º de novembro.
A moeda norte-americana caiu 0,16%, cotada a R$ 2,0252 na venda. Trata-se da menor cotação desde o dia 4 de outubro, quando a divisa fechou a R$ 2,0190 e um dia antes de a autoridade monetária ter atuado no mercado pela última vez.
Durante o dia, o dólar oscilou entre R$ 2,0244 e R$ 2,0290. Segundo dados da BM&F, o volume negociado foi de cerca de US$ 1,860 bilhão.
"O governo diz claramente que um câmbio abaixo de R$ 2 não interessa para a indústria e está predisposto a manter essa situação, com o BC atuando se julgar necessário. Acredito que o dólar vai continuar em torno desse patamar e dentro de uma margem estreita", disse o diretor de câmbio da Pioneer Corretora, João Medeiros.
"O mercado de câmbio está tabelado. Estamos vivendo um período de câmbio congelado e controle da taxa de juros", acrescentou, referindo-se ao aparente desejo do governo de manter a Selic em um patamar mais baixo por mais tempo.
No cenário externo, o dólar se mantinha estável ante uma cesta de divisas, enquanto o euro tinha alta de 0,30% ante a divisa dos EUA.
O patamar de R$ 2 foi consolidado como um piso informal depois que o BC interveio com força por meio de leilões de swap reverso que equivalem a compra de dólares no mercado futuro em meados de setembro. A autoridade monetária repetiu a ação no dia 5 de outubro, quando a moeda era negociada em torno de R$ 2,016.
O volume do mercado de câmbio, já reduzido pelo temor de atuação do BC, sofreu ainda mais nesta segunda-feira com a agenda fraca de indicadores no exterior e o início de horário de verão no Brasil, que faz com que os mercados brasileiros abram antes dos do Estados Unidos.
A partir desta segunda-feira, as bolsas de Wall Street passam a abrir às 11h30 (horário de Brasília), enquanto a abertura do mercado de câmbio permanece às 9 horas.