O dólar fechou em queda modesta ante o real pela segunda sessão seguida nesta quinta-feira, com um cenário externo mais positivo diante de dados melhores da China e dos Estados Unidos, e indicações de que a economia da zona do euro irá se recuperar gradualmente.
Operadores, no entanto, acreditam que a divisa deve mostrar volatilidade reduzida, com a perspectiva de que o Banco Central continuará atento ao mercado, impedindo oscilações excessivas.
A moeda norte-americana fechou em queda de 0,38 por cento, a 2,0296 reais na venda, na mínima do dia. A máxima foi de 2,0395 reais. Segundo dados da BM&F, o volume negociado foi de cerca de 3,363 bilhões de dólares.
"O cenário lá fora melhorou e tivemos dados positivos nos Estados Unidos, mas aqui o cenário pede cautela, com a possibilidade do BC entrar no mercado", disse o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo.
Dados divulgados nesta quinta-feira sugerem que o mercado de trabalho nos Estados Unidos continua a crescer em um ritmo moderado, apesar dos pedidos de auxílio-desemprego terem subido na semana passada. Outros números mostraram que as vendas de atacadistas nos EUA subiram para o maior nível em mais de 1 ano e meio em novembro, mantendo estoques equilibrados.
Além de indicadores norte-americanos, dados positivos da China foram responsáveis por grande parte do otimismo visto nos mercados nesta sessão, já que as exportações e as importações do país cresceram em dezembro.
Na Europa, por sua vez, o presidente do BCE, Mario Draghi, deu sinais esperançosos sobre a economia da zona do euro, após o banco manter a taxa de juros inalterada. Segundo Draghi, apesar da atual fraqueza, deve ocorrer uma "recuperação gradual" ao longo do ano.
O conjunto de informações positivas levou a um cenário de menor aversão ao risco e a queda do dólar ante várias moedas. Às 18h10, o dólar recuava 1,03 por cento frente a uma cesta de divisas, enquanto o euro tinha forte alta, de 1,45 por cento, ante a moeda norte-americana.
No entanto, operadores destacam que o movimento do dólar ante o real ainda tem sido limitado por conta de uma possível atuação da autoridade monetária.
O mercado acredita que o BC quer impedir que o dólar volte a se aproximar do piso informal de 2 reais e que não rolará os recursos oferecidos nos leilões de linha que conjugam venda de dólares pelo BC com uma data definida para a compra realizados em dezembro, período de maior escassez da divisa.
Por outro lado, o mercado também vê que a autoridade monetária não quer o dólar muito acima de 2,05 reais, o que traria impacto inflacionário.
"O mercado deve ficar de lado e em torno de 2,03 e 2,04 reais, está com receio de mudar muito de patamar", afirmou ainda o gerente de câmbio da Treviso.