O contexto atual se caracteriza por mudanças aceleradas nos mercados, nas tecnologias e nas formas e modelos organizacionais. A capacidade de gerar e absorver inovações vem sendo considerada, mais do que nunca, crucial para que as empresas se tornem competitivas.
O ritmo acelerado das mudanças, nos mais diversos mercados – em grande parte sobre a esteira dos avanços tecnológicos e dos ambientes digitais – tem provocado rupturas sensíveis nos arranjos produtivos, na maneira de captar, disseminar e compartilhar conhecimento e, portanto, na capacidade de se internalizar inovações.
Dentro deste cenário, podemos identificar dois fatores cruciais para o sucesso empresarial no que se refere à obtenção de um posicionamento diferenciado de uma empresa em seu ambiente competitivo.
São eles:
A inovação como diferencial competitivo é um dos principais e mais consistentes ativos que se pode obter. As bases de competição são alteradas pelo agente inovador, não possibilitando a comparação ou competição direta pelo mesmo critério (inovador).
Inovação, antes de tudo, é a concretização e a materialização de uma idéia em algo aplicável e com benefícios percebidos, constatados e consumidos.
A diversidade de visões, conhecimento e experiências, quando cruzadas entre si, tendem a desencadear resultados fora do padrão de uma abordagem especialista.
A lógica da criação/da inovação deriva de correlações e combinações entre conhecimentos muitas vezes tangentes uns aos outros, mas que via de regra não são analisados ou testados em possíveis sobreposições e intersecções, gerando um choque de conceitos e resultados imprevisíveis, algumas vezes se traduzindo em soluções inovadoras.
O incentivo ao debate, a contestação, a pesquisa e a análise devem ser parte vital de qualquer organização que deseje manter sua competitividade e poder de sobrevivência no médio longo prazo.
Entretanto, para acompanhar as rápidas mudanças em curso, torna-se de extrema relevância a aquisição de novas capacitações e conhecimentos, o que significa intensificar a capacidade das organizações (e seus indivíduos) de aprender, transformar e, principalmente, se relacionar e se posicionar fazendo uso dos ambientes e tecnologias digitais.
Tendo-se como premissa que o conhecimento é a base fundamental e o aprendizado interativo/cooperativo é a melhor forma para indivíduos e empresas estarem preparados para competirem em um mundo em que praticamente grande parte do que é transacionado pode ser 100% ou em parte digital, entendemos existir uma forte dependência e afinidade entre a imprevisibilidade das relações nos ambientes digitais e a não linearidade do processo de inovação, uma vez que o processo inovativo se caracteriza por ser descontínuo e irregular, com intensidades imprevisíveis e resultados igualmente (no melhor dos casos estimados).
Ou seja, a oportunidade do surgimento de uma inovação tem uma relação direta com a variedade de visões e com o compartilhamento de informações e conhecimentos disponíveis.
A relevância do compartilhamento do conhecimento e das informações, do debate e da diversidade de visões se constitui na base da inovação, sendo recurso fundamental e imperativo à exploração e captação de elementos que, quando articulados sob um racional específico, acabam por construir as bases para que a inovação seja formulada.
O reconhecimento da inovação como fonte de diferenciação competitiva e, conseqüentemente, desempenho superior impõe uma série de desafios tecnológicos para as empresas, mas fundamentalmente de compartilhamento.
A inovação precisa do conhecimento, da criatividade e de um bom ambiente para que possa florescer, assim como do equilíbrio entre o intangível e o tangível, entre a idéia e a sua aplicação prática.
Assim como uma relação harmoniosa entre os agentes econômicos, políticos e sociais, a inovação é sistêmica, simbiótica, e, neste sentido as possibilidades de relacionamento e interação decorrentes das novas tecnologias e ambientes digitais acabam por propiciar um número de cada vez maior de oportunidades.